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terça-feira, 24 de maio de 2011

O crânio de Niterói e os armários de minha vida.


Na última sexta-feira eu estava em Niterói e o jornal local "O Fluminense" anunciava em sua manchete que uma mulher havia comprado um apartamento e resolveu fazer obras de reforma. Ao retirar o gesso que cobria o teto de seu novo imóvel um crânio humano foi encontrado!

Um crânio humano entre o teto e o gesso!

Como aquilo havia parado ali? era o que os peritos chamados pela polícia estavam se perguntando.

Voltei para Campos, mas o crânio continuou na minha mente. Aquele crânio já, em algum momento da história, havia sido a cabeça, ou pelo menos parte dela, de alguém. Já havia sido coberto de carne, músculos, já abrigara parte significativa do sistema nervoso de alguém. Alguém sorrira com aqueles dentes. Pele o cobrira. Orelhas em cada lado. Cabelos.

Mas agora o crânio estava ali, entre o teto e o gesso. Escondido do mundo. Esquecido pela história. Algum corpo jaz em algum lugar desconhecido sem a sua cabeça.

Então eu pensei nos meus armários. Nos arquivos escondidos de minha vida. Naquilo em que eu deposito as minhas ossadas, dia após dia.

Todos nós temos armários. Todos nós temos gavetas. E todos nós, por mais estranho que isso pode parecer, temos escondido em algum lugar ossadas que denunciam nossa vida.

Todos.

Eu e você.

Temos segredos, coisas que não mostramos para ninguém, coisas que nos envergonhariam se alguém sequer ventilasse isso.

O fato é que mais cedo ou mais tarde o gesso se quebra e nossas vergonhas são expostas. Senão para as pessoas à nossa volta, sem dúvida alguma para o nosso Deus, que tudo conhece. Feridas precisam ser tratadas e não escondidas. Quem se esconde perde o privilégio de ser cuidado e sarado.

Expor-se é se colocar diante de Deus em total nudez espiritual, é abrir os armários e deixar Deus limpá-los, tirar as ossadas escondidas, retirar o mofo, a poeira, a tralha que carregamos ao longo da existência.

Temos que fazer o movimento contrário de Adão e Eva, que ao pecarem se vestiram com folhagens tentando esconder a sua própria desgraça. Nós, em Cristo temos o dever santo de mostrar as nossas chagas ao Supremo Pastor de nossas vidas. Nos expor para Deus é o princípio de nossa cura total.

Aconselho você a procurar ser pastoreado por homens de Deus. Tenha discipuladores, amigos e irmãos espirituais que possam te ouvir, orar por você e com você porque quando confessamos os nossos pecados para sermos curados.

Mas faça essas escolhas com cuidado, lembrando-se sempre que quando mais importante um assunto for menos pessoas têm que ficar sabendo.

Não saia por ai dando as chaves do seu armário. Você se arrependerá amargamente. Entregue-as para Jesus, o cuidadoso Jesus, e Jesus usa pessoas.

Deus nos abençoe e limpe nossos armários.

Um comentário:

  1. Amei!!! Também tenho umas meditações desse tipo. Temos jeito de escrever muito parecidos. Quanto aos armários das nossas vidas, fica aí mais uma dica para os leitores: Não demorem a fazer reformas!!! O tempo pode passar e o número de ossadas aumentar tanto, que será melhor derrubar a casa e construir de novo!
    Abraços pra vc, Pr. Carlos (meu pastor das questões polêmicas!!! rsrsrsrs)
    Érica.

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